segunda-feira, 30 de junho de 2014

Após 41 anos, filho do Cariri comandará Estado do Ceará


As eleições de 2014 tem um significado diferente e de reconquista de poder para a Região do Cariri, a mais populosa do Interior do Ceará: após 41 anos, um nome do Cariri voltará a comandar os destinos administrativos e políticos do Estado. Com a tendência de polarização entre os candidatos do PT, Camilo Santana, e do PMDB, Eunício Oliveira, um dos dois ocupará a cadeira de governador a partir do dia primeiro de janeiro de 2015. Camilo nasceu na cidade do Crato, e Eunício, em Lavras da Mangabeira.
O último líder político da Região do Cariri a governar o Ceará foi Adauto Bezerra. Filho de Juazeiro do Norte, Adauto trilhou os caminhos da política após carreira no Exército. Exerceu mandatos de deputado estadual, deputado federal, governador do Estado entre 1974 e 1978, e vice-governador. Nos anos 90 e na primeira década deste século, a posição política mais expressiva do Cariri  foi dada ao empresário Reginaldo Duarte que ficou como suplente dos senadores Beni Veras e Luiz Pontes, chegando a assumir o mandato por cinco anos.
Adauto foi governador nomeado pelo então presidente da República, Ernesto Geisel, no período da ditadura militar. Em 1978, saiu do Governo para concorrer à Assembleia Legislativa e, em 1982, foi eleito vice-governador na chapa de Gonzaga Mota. Quatro anos depois, Adauto rompe com Gonzaga e decide, pelo PDS, concorrer ao Governo do Estado contra o jovem empresário Tasso Jereissati (PMDB). Tasso ganhou, Adauto mergulhou na iniciativa privada e saiu da cena política e eleitroal.
A orfandade política do Cariri fez com que a região perdesse força, nas últimas quatro décadas, no cenário estadual. Após a liderança exercida pelo então Governador Adauto Bezerra, a Região ficou sem expressão política, embora tenha se mantido sempre com bom número de representantes na Assembleia Legislativa e Câmara Federal. Sob o olhar e a liderança de Adauto, o Cariri demonstrava unidade política, mais centralização e menos divisões. Os conflitos entre as bases eleitorais de deputados estaduais e federais deixaram a região relegada a um plano secundário. Aos poucos, ficou cada vez mais caracterizada a presença de nomes de outras regiões do Ceará na disputa pelos votos à Assembleia Legislativa e Câmara Federal, fragilizando a liderança política da região.

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