quinta-feira, 24 de maio de 2012

ALIANÇA ENTRE PT E PSB Luizianne critica Cid por ter procurado Lula


A prefeita diz que o governador se nega a atender a suas ligações telefônicas para falar sobre a sucessão
A prefeita Luizianne Lins (PT) disse ter achado "estranha" a conversa entre o governador Cid Gomes (PSB) e o ex-presidente Lula, em São Paulo, para tratar da sucessão em Fortaleza, sem que houvesse um diálogo entre ela e Cid. Ela não acredita na interferência de Lula no processo de escolha do candidato do PT na Capital cearense.

Luizianne cobra uma postura "concreta" de Cid sobre a manutenção da aliança e que a defesa de sua continuidade deve sair do discurso para a prática. "Manter a aliança não é só falar da boca pra fora. Precisa de uma ação mais concreta", ressaltou.

Insatisfeita com a articulação do governador, Luizianne disse "lamentar qualquer tentativa para desqualificar a liderança do PT nesse processo. Não é assim, vir alguém lá de cima e tentar resolver". Ela disse estar surpresa com o tratamento recebido por Cid Gomes, pois em 2006 o apoiou para o Governo do Estado e não está, agora, recebendo o mesmo apoio do aliado.

Não atende
Para ela, quem decide o processo de sucessão municipal no PT é a própria legenda e não o presidente do PSB. "Eles querem como? Com o candidato que o governador decidir? É como se na sucessão para governador eu dissesse que quem iria decidir o candidato fosse eu", atacou. A petista disse ter achado estranho que o chefe do Governo do Estado tenha conversado, primeiramente, com o ex-presidente Lula.

Luizianne disse ter tentado, reiteradas vezes nos últimos dias, um contato com o governador, mas ele sequer atendeu suas ligações. Afirmou que espera que esta conversa aconteça, mas salientando que o PT não pode parar o seu processo democrático. "Estou aguardando como aliada - porque eu suponho que a gente continue sendo - o contato do governador, até porque sou presidente estadual do PT", afirmou.

A prefeita chegou a dizer que Cid Gomes estaria se "esquivando" de falar com ela. Disse ainda que não basta querer a aliança, mas que acima de tudo, é preciso respeitar o funcionamento interno do partido. "Eu ligo pra ele e ele não atende o telefone. Eu não sei mais o que fazer, porque eu governo a cidade que tem o principal centro urbano do Estado. Eu aceitaria até uma desculpa, mas nem isso tem acontecido", reclamou.

"Eu acho que tem muita gente interessada em desgastar minha imagem, por conta de 2014, independente de eu ser candidata para o Senado, para o Governo, ou para nada. Tudo pode mudar, porque temos que ver os aliados que temos, com quem podemos contar", salientou.

Luizianne afirmou ainda que não acredita em uma interferência do ex-presidente Lula ou do PT Nacional, no processo de escolha interna da agremiação em Fortaleza, porque, segundo ela, não existe um clamor na Capital para isso, diferente do que acontece em outras localidades, como em Recife.

"Diferente de 2004, o PT está em processo de muita mobilização e não existe a necessidade de uma intervenção. O Lula não será capaz de desconsiderar que o PT tem um processo próprio, sem exclusão de grupo algum. Todo processo aqui merece respeito e o Lula sabe como funciona o PT".

Participar
A petista disse ainda que, durante encontro do PT em Porto Alegre, conversou com o presidente nacional da sigla, Rui Falcão, e ele se comprometeu de participar do processo de escolha do PT local, no próximo dia 3 de junho. Ela solicitou ainda que ele conversasse com o PSB sobre os trâmites eleitorais internos do Partido dos Trabalhadores. "Vamos nos reunir com os demais partidos, se eles quiserem conversar, porque eu estou aberta ao diálogo, e digo isso faz é tempo. Mas também vamos tomar nossas decisões políticas, porque é assim que agimos", disparou.

A prefeita afirmou, no entanto, que ainda acontecerão várias conversas até o próximo dia 3 de junho, e que até lá, o nome do senador José Pimentel, pode ser uma alternativa para a disputa. Luizianne, porém, defende o processo interno do partido, que já teve votação para escolha dos delegados que irão decidir o nome petista. "Existe um processo democrático no PT e temos que respeitar as pessoas".

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