segunda-feira, 26 de março de 2012

Ladrões violam caixas na Câmara Municipal de Fortaleza


Durante seis horas, o grupo permaneceu no interior do prédio com cinco reféns, entre eles, dois guardas municipais

Uma quadrilha armada invadiu, no começo da manhã de ontem, a sede da Câmara Municipal de Fortaleza, situada no cruzamento da Avenida Rogaciano Leite com a Rua Thompson Bulcão, no bairro Patriolino Ribeiro, e arrombou dois caixas eletrônicos do Banco do Brasil. Os ladrões tomaram como reféns cinco pessoas, entre elas, dois guardas municipais responsáveis pela segurança do prédio. Também foram dominados dois funcionários e o filho de um deles.

Durante cerca de seis horas, os criminosos agiram de forma planejada e paciente. Utilizaram maçaricos e outros apetrechos para abrir os caixas eletrônicos e roubar todo o dinheiro que havia nas gavetas. O valor roubado ainda não foi divulgado pela Polícia. Porém, sabe-se que os dois terminais haviam sido abastecidos na última sexta-feira.

Quadrilha

O ataque teve início por volta de 6h30 e se estendeu até quase o meio-dia, sem que ninguém percebesse o que estava acontecendo na sede do Legislativo estadual. Os primeiros dominados foram os guardas municipais que estavam de serviço em uma guarita junto ao portão da entrada principal, que dá acesso ao estacionamento e ao Plenário.

Rendidos e desarmados, os dois guardas foram algemados e levados para uma sala, onde também ficaram os outros reféns. Segundo apurou a Polícia, ninguém ficou ferido.

Com os reféns colocados na sala, e sendo vigiados por dois dos ladrões, o restante da quadrilha teve o tempo suficiente que precisou para agir com calma. Utilizando maçaricos e outras ferramentas como martelos, eles fizeram buracos nos caixas.

"Ficamos como reféns por mais de seis horas. Eles disseram que tinham informações sobre os caixas", contou um dos funcionários. "Mandavam o tempo inteiro que a gente ficasse de cabeça baixa", completou um dos guardas municipais.

Os assaltantes praticaram o crime ´de cara limpa´, isto é, não usavam máscaras ou outros disfarces. Alguns portavam revólveres e pistolas. Porém, nenhum tiro foi disparado durante a ação. "Fizeram muitas ameaças", disse um guardas, preso com suas próprias algemas.

Somente depois da fuga dos ladrões, os reféns puderam, então, ligar para a Polícia. Logo, várias patrulhas do Ronda do Quarteirão e da 4ª Companhia do 5º BPM (Tancredo Neves) se dirigiram para o local.

Segundo o relato dos guardas municipais, aparentemente, os ladrões chegaram à pé. Mas, para a Polícia, certamente havia pelo menos um veículo dos bandidos nas proximidades.

A ação dos assaltantes na manhã de ontem se assemelhou a outros furtos e roubos em caixas eletrônicos ocorridos já neste ano e em 2011.

Outros

Na manhã do último dia 7, uma quadrilha atacou um posto de combustível localizado na Praia do Icaraí, em Caucaia, às margens da rodovia de acesso ao Cumbuco, dominou o vigia do estabelecimento, e furtou todo o dinheiro que havia nas gavetas do terminal do BB, instalado em um quiosque.

Já no dia 13 passado, a ação dos ladrões foi na cidade de Choró (155Km de Fortaleza). Os bandidos violaram um caixa do Banco do Brasil instalado na sede da Prefeitura daquele Município, depois de fazer o único vigia do prédio como refém.

Quadrilhas agem na Capital e no Interior

A ação de quadrilhas especializadas em arrombamento de caixas eletrônicos vem sendo investigada pela Delegacia de Roubos e Furtos (DRF), em Fortaleza, com o apoio da Coordenadoria Integrada de Inteligência (Coin) e do Serviço Reservado do Comando Geral da PM. No ano passado, vários grupos acabaram sendo desarticulados.

Os ladrões agem sempre em bandos, formados por, no mínimo, quatro integrantes, e usam técnicas já conhecidas das autoridades; o uso de maçaricos.

No ano passado, os criminosos conseguiram violar diversos caixas, na Capital, Região Metropolitana e no Interior. Um deles ocorreu nas dependências da Secretaria Estadual de Saúde (Sesa), na Praia de Iracema. O fato aconteceu na manhã do dia 7 de setembro, em pleno feriado da Independência.
DN

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